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Empresas de saúde apostam em telemedicina para ampliar serviços

Empresas de saúde apostam em telemedicina para ampliar serviços

07/05/2025 - 21:38
Fabio Henrique
Empresas de saúde apostam em telemedicina para ampliar serviços

A transformação digital ganhou força acelerada no setor de saúde brasileiro, impulsionada pela necessidade de atendimento seguro durante a pandemia. Hoje, a telemedicina se apresenta como uma estratégia essencial para tornar o cuidado médico mais acessível, ágil e eficiente.

Investir em plataformas virtuais não é mais uma opção: é uma demanda real de usuários e um caminho para organizações de saúde se conectarem com públicos diversos, em qualquer lugar do país.

Crescimento e consolidação da telemedicina no Brasil

Dados da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde revelam que o uso desse modelo cresceu 80% durante a Covid-19. Em 2023, foram realizados 30 milhões de atendimentos, segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar.

O Ministério da Saúde registrou aproximadamente 4,6 milhões de teleatendimentos entre 2023 e 2024, abrangendo teleconsultas, telediagnósticos e teleconsultorias profissionais. Estes números comprovam uma tendência de adoção crescente e sustentável em todo o território nacional.

Estudos indicam que, até 2025, o setor deve crescer a uma taxa anual de 38% até 2025, movimentando bilhões e criando oportunidades para inovações constantes.

Este cenário reforça como a telemedicina deixou de ser uma solução pontual e se consolidou como parte integrante da jornada do cuidado em saúde.

Fatores que impulsionam a expansão

O crescimento acelerado se deve a diferentes vetores que se interconectam para gerar um ecossistema favorável à prática médica remota.

  • Avanços em conectividade: a popularização do 5G e a ampla difusão de smartphones ampliam o alcance das plataformas.
  • Uso de inteligência artificial e big data para diagnósticos mais precisos e ágeis.
  • Mudança no comportamento do consumidor: a experiência positiva das consultas virtuais aumentou a demanda mesmo após o retorno parcial dos atendimentos presenciais.
  • Apoio das seguradoras e operadoras de saúde, que incorporam telessaúde em seus pacotes e ampliam a cobertura.

No setor público, a Rede Brasileira de Telessaúde conta com 27 núcleos em todos os estados, promovendo iniciativas como o Telessaúde Brasil Redes para conectar membros das equipes de saúde em áreas remotas.

Impactos e benefícios na saúde

Os ganhos são visíveis em diferentes aspectos da assistência médica. Em regiões rurais do Nordeste, por exemplo, pacientes relatam maior frequência de atendimentos com especialistas que antes não tinham acesso.

A ampliação do acesso em áreas rurais combate desigualdades e representa um avanço significativo para populações vulneráveis. Além disso, hospitais urbanizados conseguem melhorar a gestão de leitos e reduzir superlotação.

  • Diminuição de custos operacionais e de deslocamento para pacientes e médicos.
  • Otimização do tempo de profissional, permitindo agendamento rápido de consultas e exames.
  • Melhoria na continuidade do cuidado, com monitoramento remoto de doenças crônicas e programas de telemonitoramento.

Ferramentas de teleconsultoria entre profissionais promovem a troca de conhecimento e a tomada de decisões mais eficazes, elevando o padrão de qualidade do atendimento.

Desafios e barreiras a serem superados

Apesar dos avanços, existem desafios que podem comprometer a eficiência e a segurança da prática remota.

  • Desigualdade no acesso à tecnologia, especialmente em áreas mais isoladas, onde a internet é instável ou inexistente.
  • Resistência e falta de familiaridade de parte dos profissionais com novas plataformas digitais.
  • Necessidade de regulamentação clara para proteger dados e garantir padrões éticos uniformes.

Investir em infraestrutura de telecomunicações, programas de capacitação contínua e aprimoramento das normas regulatórias são passos fundamentais para a sustentabilidade desse modelo.

Projeções e o futuro da telemedicina

As perspectivas para os próximos anos apontam para uma incorporação ainda mais profunda da telemedicina no sistema de saúde brasileiro.

O Ministério da Saúde planeja implantar dois Núcleos de Telessaúde por estado até 2026, com o objetivo de integrar serviços de atenção primária e especialidades médicas de forma híbrida e colaborativa.

Além disso, espera-se que a sociedade mantenha o hábito das consultas virtuais, ampliando a confiança e a dependência dessa ferramenta para agendamentos e diagnósticos.

O uso de monitoramento remoto, dispositivos vestíveis e integração entre atendimento remoto e presencial será cada vez mais comum, transformando a relação entre médico e paciente em um processo contínuo e inteligente.

Iniciativas inovadoras de empresas privadas

Empresas de tecnologia em saúde estão na linha de frente, investindo em soluções que otimizam todo o fluxo de atendimento. Exemplo disso é a plataforma TuoTempo, que permite agendar, consultar e emitir resultados sem sair de casa.

Outras startups focam em segmentos específicos, como telepsiquiatria e telergonomia, demonstrando que há espaço para inovação em diversas especialidades.

Modelos híbridos, que combinam atendimento presencial e remoto, ganham força em grandes redes de hospitais, promovendo uma jornada do paciente mais fluida e menos fragmentada.

Ao mesmo tempo, iniciativas educacionais usam a telemedicina para capacitar profissionais em tempo real, aproximando especialistas de alunos e técnicos de enfermagem em regiões distantes.

É inegável que, com a evolução tecnológica e o amadurecimento do marco regulatório, a telemedicina se consolidará como pilar fundamental do sistema de saúde nacional. Aqueles que investem nessa revolução não apenas ampliam seus serviços, mas transformam positivamente a vida de milhões de brasileiros.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique