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Fundos de infraestrutura crescem entre investidores institucionais

Fundos de infraestrutura crescem entre investidores institucionais

10/04/2025 - 15:54
Yago Dias
Fundos de infraestrutura crescem entre investidores institucionais

O universo dos investimentos em infraestrutura no Brasil vive um momento de transformação. Os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) ganham destaque, atraindo cada vez mais capital de investidores institucionais. Este movimento reflete não apenas a necessidade de modernizar o país, mas também o apetite por oportunidades seguras e rentáveis.

Panorama dos investimentos em infraestrutura

Segundo a Confederação Nacional da Indústria, os investimentos totais em infraestrutura no Brasil estão estimados em R$ 277,9 bilhões para 2025, um crescimento de 4,16% em relação a 2024. Esse montante representa cerca de 2,21% do PIB brasileiro, evidenciando a relevância do setor para a economia nacional.

Esses recursos são provenientes tanto de fontes públicas quanto privadas, demonstrando uma colaboração estratégica entre poder público e setor privado. À medida que o país avança na agenda de concessões, o volume de capital alocado em projetos de transporte, saneamento e energia tende a aumentar de forma consistente.

Crescimento e papel dos investidores institucionais

Os investidores institucionais, como fundos de pensão, seguradoras e fundos soberanos, têm ampliado sua participação nos FI-Infra. A atração se deve ao perfil de fluxo de caixa estável e ao horizonte de longo prazo, alinhado à natureza dos projetos de infraestrutura.

  • Diversificação de portfólio e redução de riscos.
  • Proteção contra a inflação em contratos indexados.
  • Retornos regulares com isenção de imposto de renda para pessoas físicas.
  • Exposição a ativos reais e tangíveis.

Além dos investidores locais, fundos soberanos estrangeiros e gestoras internacionais enxergam no Brasil um ambiente atrativo, impulsionado pelos juros reais elevados e por câmbio relativamente estável.

Funcionamento e vantagens dos FI-Infra

Os FI-Infra são estruturados para captar recursos via emissão de debêntures incentivadas, instrumentos que oferecem benefícios fiscais atraentes. Essas debêntures têm isenção de Imposto de Renda sobre rendimentos e ganhos de capital para pessoas físicas, o que eleva a competitividade desses fundos em relação a outros produtos do mercado.

Listados em bolsa, os FI-Infra pagam rendimentos periódicos e costumam ter contratos indexados ao IPCA ou ao CDI, protegendo o investidor da erosão causada pela inflação.

Impacto do cenário macroeconômico

O Brasil atravessa um período de juros elevados, consequência de esforços para controlar a inflação. Esse ambiente traz impactos duplos:

  • Custo de captação mais alto para empresas concessionárias e estatais.
  • Aumento do interesse de investidores por ativos indexados à inflação ou à taxa de juros.

Embora o encarecimento do crédito pressione fornecedores de projetos, os FI-Infra beneficiam-se do maior rendimento oferecido por novos papéis, ampliando a atratividade frente a outros segmentos.

Setores-alvo e pipeline de projetos

O pipeline de leilões previsto para 2025 revela um potencial expressivo de novos negócios. São mais de 110 certames, envolvendo concessões, privatizações e parcerias público-privadas (PPPs), com expectativa de R$ 250 bilhões em investimentos.

Entre esses leilões, o setor de saneamento se destaca, com 27 certames capazes de captar R$ 72 bilhões. Transportes e logística também aparecem com força, assim como portos e hidrovias.

Esse pipeline robusto de projetos assegura demanda contínua por novos financiamentos e reforça a relevância dos FI-Infra no mercado de capitais.

Desafios e riscos

Apesar do cenário positivo, há desafios estruturais e regulatórios que podem afetar a atração de investidores. A crise fiscal e as incertezas políticas demandam um ambiente estável para garantir o sucesso das concessões.

Alterações na legislação e na modelagem dos leilões podem atrasar cronogramas, enquanto questões ambientais e sociais ganham espaço nas discussões, exigindo gestão transparente e responsável por parte dos participantes do setor.

Perspectivas e conclusões

O horizonte para a infraestrutura brasileira é promissor. Com projeção de R$ 277,9 bilhões em investimentos para 2025, o setor atrai investidores em busca de retorno estável e previsível. A combinação de vantagens fiscais, ativos tangíveis e horizonte de longo prazo posiciona os FI-Infra como uma opção estratégica para fundos de pensão, seguradoras e outros investidores institucionais.

Especialistas da Suno Asset e da EY ressaltam a resiliência do setor mesmo em cenários adversos, destacando o papel dos fundos na viabilização de projetos que transformam a vida das pessoas e a competitividade do país.

Para os investidores institucionais, a hora de reforçar a posição em infraestrutura é agora. Com um pipeline robusto, perspectivas de rendimentos atrativos e impacto social positivo, os FI-Infra consolidam-se como pilares de um futuro de expansão sustentável e desenvolvimento econômico.

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

Yago Dias