Em meio a um ambiente internacional repleto de incertezas, o mercado brasileiro tem se destacado como um destino cada vez mais atrativo para investidores estrangeiros. A combinação entre perspectivas de retorno elevado e mudanças regulatórias robustas vem atraindo um volume significativo de capital externo, consolidando o Brasil como um polo emergente de interesse global.
Este artigo explora as motivações estratégicas, os resultados obtidos em 2024, o impacto da nova regulamentação da CVM e as tendências que devem orientar o fluxo de recursos internacionais em 2025 e além.
O primeiro trimestre de 2025 foi marcado por cenário marcado pela instabilidade, resultante do aumento do risco geopolítico e de disputas comerciais intensas. As medidas protecionistas adotadas pelos EUA e a escalada de tensões internacionais abalaram a confiança de investidores.
Em resposta, o S&P 500 recuou cerca de 5% nesse período. Diante dessa aversão ao risco, gestores globais redirecionaram suas carteiras para mercados emergentes, considerando-os alternativas mais resilientes ao choque externo. O Brasil, em especial, atraiu atenção pela solidez de setores domésticos e pela relevância no cenário de commodities.
Ao longo de 2024, fundos estrangeiros transferiram parte de seus ativos para o Brasil, aproveitando a combinação entre bom desempenho de certas classes e a valorização do dólar frente ao real. Multifacetados, esses investidores exploraram tanto ações locais como instrumentos de renda fixa internacional.
Nos portfólios dedicados a emergentes, ETFs vinculados a commodities como ouro e prata atuaram como verdadeiros “portos seguros” durante episódios de alta volatilidade.
Os resultados alcançados pelos principais índices e classes de ativos em 2024 reforçam por que o Brasil chamou a atenção do capital externo:
Enquanto o Ibovespa enfrentou queda de dois dígitos, o BDRX e fundos de ações internacionais apresentaram ganhos expressivos em reais, impulsionados tanto pela apreciação de ativos quanto pela desvalorização do real.
Em outubro de 2023, a entrada em vigor da Resolução 175 da CVM modernizou o arcabouço normativo brasileiro, alinhando-o a padrões internacionais. Essa reformulação teve efeitos profundos na captação de recursos estrangeiros.
Essas alterações geraram um ambiente mais estável e confiável, incentivando gestores a alocar maiores volumes em ativos brasileiros.
O Brasil se mostra atraente para fundos globais por diversos motivos:
Essa combinação de fatores estratégicos reforça a visão de que incluir ativos brasileiros em carteiras globais é vantajoso tanto do ponto de vista de retorno quanto de mitigação de risco.
O apetite dos investidores estrangeiros tende a se manter elevado em 2025, especialmente se persistir a aversão ao risco em mercados desenvolvidos. A expectativa é de que ETFs domésticos e fundos globais reforcem suas alocações em ativos brasileiros, buscando:
• Maior diversificação internacional estratégica, equilibrando portfólios entre renda fixa e variável. • Proteção cambial por meio de derivativos e exposições diretas em real. • Arbitragem de juros e moedas, aproveitando a volatilidade do câmbio.
Especialistas projetam que a continuidade dessa tendência dependerá da estabilidade política e de possíveis novas diretrizes da CVM, com foco em aprimorar ainda mais a governança e a transparência.
Se confirmadas, essas expectativas podem consolidar o Brasil como um dos principais destinos de capital de fundos globais, criando um ciclo virtuoso de investimentos e desenvolvimento econômico.
Em suma, o cenário atual combina oportunidades de retorno atraente com um ambiente regulatório mais sólido, moldando um futuro promissor para o mercado brasileiro. Investidores locais também ganham com a democratização do acesso, podendo participar desse movimento global e diversificar suas carteiras com recursos internacionais.
Referências