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Monitore tarifas bancárias para evitar custos extras

Monitore tarifas bancárias para evitar custos extras

23/07/2025 - 13:04
Yago Dias
Monitore tarifas bancárias para evitar custos extras

Com a ampliação dos serviços financeiros e a crescente oferta de pacotes bancários, é fundamental que os clientes entendam tarifas bancárias são valores cobrados pelos bancos e aprendam a gerenciar esses custos. A negligência no acompanhamento pode resultar em gastos desnecessários que, ao longo do tempo, comprometem a saúde financeira de qualquer pessoa ou empresa.

Este artigo apresenta uma visão completa sobre as principais tarifas, as regras do Banco Central, as diferenças entre instituições financeiras e fintechs, além de estratégias para contestação de cobranças indevidas ou não compreendidas e redução de despesas. Acompanhe e evite surpresas na sua próxima fatura.

Entendendo as tarifas bancárias

As tarifas são valores definidos pelas instituições financeiras dentro dos limites estabelecidos pelo Banco Central do Brasil. Elas servem para cobrir custos operacionais dos serviços prestados aos clientes, como manutenção de conta e suporte ao cliente. Embora haja normas nacionais, cada banco tem autonomia para fixar preços, o que exige atenção e comparação constante.

Cada contrato de conta ou pacote bancário traz uma tabela de tarifas que deve ser entregue ao cliente no momento da abertura. É fundamental ler atentamente essas condições para evitar cobranças surpresa. Além disso, as atualizações periódicas são comunicadas por meio de extratos ou e-mail, permitindo ao cliente antecipar ajustes.

Principais tipos de tarifas cobradas

  • Saques além do limite gratuito em contas ou pacotes;
  • Emissão de extratos impressos ou adicionais;
  • Transferências entre bancos (DOC, TED ou PIX comercial);
  • Anuidade e serviços de cartão de crédito;
  • Pacotes de tarifas padronizados;
  • Atendimento presencial ou por canais eletrônicos avulsos.

Além dessas, atenção às tarifas proibidas, como emissão de carnês para o recebedor (TEC) e custos de atualização cadastral sem motivo justificável.

Os pacotes de serviços padronizados costumam agrupar as principais operações, mas podem não ser vantajosos para quem utiliza poucos serviços. Avalie individualmente a necessidade de cada cobrança e opte por um modelo que reflita seu padrão de uso.

Comparativo entre bancos tradicionais e digitais

Pesquisas do Procon-SP já apontaram diferença nos valores de tarifas de até 447,5% no valor de um mesmo serviço entre instituições. Por exemplo, o pagamento de contas usando função crédito pode variar de R$ 4,00 em alguns bancos até R$ 21,90 em outros.

Já no pacote padronizado II, a variação chega a 37,82%, partindo de R$ 11,90 a R$ 16,40. Essas discrepâncias mostram a importância de avaliar periodicamente as opções disponíveis no mercado.

Em contrapartida, as instituições digitais, como fintechs, muitas vezes disponibilizam modelos híbridos, combinando ofertas gratuitas com serviços premium. O modelo de negócios dessas empresas busca reduzir custos operacionais e repassar a economia aos clientes, tornando ainda mais atrativo optar por bancos 100% online.

Direitos e limites estabelecidos pelo Banco Central

O Banco Central define uma lista de serviços que devem ser oferecidos sem cobrança:

  • Quatro saques mensais em qualquer banco;
  • Resumo mensal de movimentações;
  • Dois extratos por mês;

Para serviços fora desse rol, a cobrança é permitida desde que o cliente seja previamente informado e tenha concordado com o valor. Caso contrário, ele pode solicitar a devolução em dobro do valor pago indevidamente.

Caso o banco descumpra as normas do Banco Central, o usuário pode formalizar reclamação junto ao próprio banco e, se necessário, recorrer ao Procon ou à ouvidoria geral da instituição. A lei prevê ainda sanções administrativas às instituições que pratiquem tarifas abusivas.

Como monitorar e reduzir suas tarifas

  • Acompanhe seu extrato bancário com regularidade;
  • Analise se o pacote de serviços contratado atende necessidades básicas ou se está sendo subutilizado;
  • Opte por canais eletrônicos para emissões de extratos e pagamentos;
  • Considere migrar para financeiras digitais com tarifas mais baixas;
  • Solicite ao banco uma lista completa de tarifas aplicáveis à sua conta;
  • Conteste imediatamente qualquer cobrança que não reconheça.

Ferramentas de controle, como aplicativos de finanças pessoais e alertas por SMS, facilitam a identificação de padrões de gasto e cobranças inesperadas. Manter um histórico mensal também ajuda a perceber aumentos graduais e planejar mudanças de instituição financeira.

Efeitos da digitalização e tendências futuras

A crescente concorrência e digitalização do setor bancário tem impulsionado a redução de custos e maior transparência. Em momentos de instabilidade econômica, como altas na taxa Selic, os bancos podem reajustar tarifas, mas enfrentam pressão para manter seus serviços competitivos.

Projetos de lei em tramitação, como o PL 3369/24, visam proibir cobranças abusivas em transações de organizações da sociedade civil com o poder público, prevendo ressarcimento em dobro quando houver cobrança indevida.

Considerações finais

Manter-se informado, comparar ofertas no mercado e usar ferramentas digitais torna mais provável a redução de custos bancários. Ao implementar as estratégias apresentadas, você assume o controle das próprias finanças, evita gastos extras e promove uma gestão mais consciente do seu dinheiro.

Faça uma revisão anual das condições de sua conta, considerando mudanças na sua rotina financeira. A mobilidade entre bancos hoje é simples e muitas vezes não gera custos, permitindo que você troque de instituição sem burocracia e preserve seu poder de compra.

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

Yago Dias