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Novas regulações testam a resiliência das instituições financeiras

Novas regulações testam a resiliência das instituições financeiras

07/10/2025 - 05:22
Lincoln Marques
Novas regulações testam a resiliência das instituições financeiras

Em 2025, o setor financeiro enfrenta uma onda de transformações regulatórias que exigem adaptação imediata e estratégica das instituições. Do alinhamento ao IFRS 9 à expansão do Open Finance, cada mudança vem acompanhada de desafios e oportunidades que podem redefinir o futuro bancário.

Principais mudanças regulatórias para 2025

A partir de janeiro de 2025, o Brasil implementa uma nova metodologia para provisões de perdas de crédito. Com base na IFRS 9, as instituições substituem práticas em vigor desde 1999, revisando cálculos de risco operacional e exigências contábeis e tributárias.

  • Adoção de nova metodologia para provisões de crédito, alinhada às normas internacionais.
  • Revisão do cálculo de risco operacional, elevando exigências de capital regulatório.
  • Atualização contábil e tributária para maior transparência e eficiência fiscal.

Essas alterações pressionam indicadores de capital, forçando ajustes em sistemas, processos e políticas internas de crédito. Instituições de todos os portes devem apresentar planos de implementação rigorosos ao Banco Central, garantindo governança robusta e contínua.

Tendências estratégicas do Banco Central

O Banco Central do Brasil delineou uma agenda com 14 macrotemas estratégicos para 2025 e 2026, visando inovação, sustentabilidade e inclusão. Esse roteiro busca modernizar o sistema financeiro e fortalecer a competitividade nacional.

  • Open Finance e PIX avançado, promovendo integração de serviços.
  • Tokenização de ativos e inteligência artificial para produtos financeiros.
  • Diretrizes ESG e finanças verdes, impulsionando investimentos sustentáveis.
  • Proteção ao consumidor e sistemas antifraude sofisticados.
  • Eficiência operacional via tecnologia e revisão tarifária.

Em 2025, o Open Finance contabiliza mais de 52 milhões de consentimentos ativos e cerca de 3,3 bilhões de consultas semanais, reforçando o potencial de expansão de parcerias e serviços diferenciados.

Novas diretrizes para fintechs e sistemas digitais

A Instrução Normativa RFB 2.219/2024 estabelece padrões de segurança de dados e inclusão financeira para fintechs. O monitoramento em tempo real de transações, via e-Financeira, aprimora a vigilância sobre riscos e fraudes.

Paralelamente, o DREX, a moeda digital do Banco Central, conclui sua implementação, oferecendo transações digitais seguras e instantâneas ao consumidor. O Banking as a Service (BaaS) ganha regulação, definindo responsabilidades e escopo em parcerias entre bancos e novos entrantes.

Desafios de compliance e adaptação

Para atender às novas normas, as instituições devem enfrentar barreiras como:

  • Investimentos em infraestrutura tecnológica de ponta.
  • Modernização de sistemas de governança, auditoria e compliance.
  • Proteção de dados sensíveis e exigências de privacidade reforçadas.

Além disso, a escalabilidade e automação de processos via IA serão cruciais para o monitoramento contínuo de fraudes e o tratamento de grandes volumes de dados, assegurando conformidade e agilidade operacional.

Números e estatísticas relevantes

Oportunidades e impactos esperados

As novas regras não apenas pressionam balanços; elas abrem portas para inovação e competitividade. Bancos tradicionais e fintechs podem formar alianças estratégicas, acelerando o desenvolvimento de produtos personalizados e ampliando mercados.

A inclusão financeira ganha força com o acesso a serviços digitais, beneficiando públicos antes desatendidos. Por outro lado, o aumento das provisões pode afetar indicadores de capital, exigindo ajustes em modelos de negócios e pesquisas de soluções fiscais.

Conclusão e perspectivas futuras

O ciclo regulatório de 2025 testa a resiliência das instituições financeiras, desafiando-as a repensar processos, tecnologia e cultura corporativa. A capacidade de adaptação rápida determinará quem sairá fortalecido desse cenário.

Ao mesmo tempo, surge uma janela de oportunidades para inovação aberta, sustentabilidade e inclusão financeira em larga escala. Com planejamento estratégico e investimento em tecnologia, as instituições podem não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente mais seguro, transparente e competitivo.

Lincoln Marques

Sobre o Autor: Lincoln Marques

Lincoln Marques