O cenário mundial de investimentos vem passando por profundas transformações nos últimos anos. As mudanças demográficas, a urgência por soluções sustentáveis e a evolução tecnológica convergem para criar um ambiente fértil à inovação financeira.
Essa combinação de fatores tem estimulado gestores a desenvolver produtos cada vez mais especializados, capazes de atrair investidores interessados em alocar recursos em setores promissores. No Brasil, em especial, o mercado de fundos temáticos tem registrado um movimento vigoroso que reflete as oportunidades globais.
Dados da Anbima apontam que o número de fundos ESG no Brasil quase dobrou em menos de um ano, passando de 134 em dezembro de 2023 para 257 em outubro de 2024. Esse crescimento acelerado dos fundos temáticos demonstra a força da procura por alternativas alinhadas a propósitos socioambientais.
A captação líquida desses produtos atingiu R$ 10,9 bilhões no período, valor mais de dez vezes superior ao registrado em 2023. Esse movimento chama a atenção tanto de gestores nacionais quanto de players internacionais, como a Global X ETFs, que já oferece 32 ETFs temáticos no mercado brasileiro.
Há cinco grandes vetores que orientam a criação de novos fundos temáticos, refletindo as prioridades do investidor moderno:
Desde 2022, a Anbima estabeleceu regras claras para o rotulamento de fundos sustentáveis. Agora, regras para rotulamento de fundos sustentáveis exigem que esses veículos tenham objetivos explícitos de gerar externalidades positivas.
Em paralelo, o cenário regulatório global evolui para combater o greenwashing e assegurar que métricas de impacto sejam robustas. Os investidores, por sua vez, cobram comprovação de impacto verdadeiro e resultados auditáveis, elevando o nível de exigência das gestoras.
Os fundos temáticos podem assumir diferentes formatos, adequando-se ao perfil do investidor:
Um caso de destaque é o BNPP Crédito Institucional ESG, que supera 107% do CDI com posições em energia renovável, saneamento e bancos. Esse exemplo ilustra como tese temática pode unir valor e propósito no longo prazo.
Apesar do apelo positivo, os fundos temáticos apresentam riscos inerentes ao foco setorial restrito. A volatilidade pode ser maior e a diversificação, menor, se comparada a fundos tradicionais.
O BlackRock Investment Institute destaca que as megaforças como IA, economia de baixo carbono e mudanças demográficas estão redefinindo alocações, priorizando temas sobre classes de ativos. Nesse contexto, fundos temáticos emergem como protagonistas de um novo ciclo de investimentos.
À medida que 2025 avança, a combinação de pressão por descarbonização e inovação continuará impulsionando o lançamento de produtos focados em grandes transformações globais. Para investidores, isso representa uma oportunidade única de alinhar portfólio e propósito, construindo alocações mais resilientes e alinhadas ao futuro.
Referências