Em um mundo marcado por incertezas, gestores enfrentam desafios sem precedentes para manter a estabilidade de suas operações.
Os anos de 2024 e 2025 apresentam níveis de instabilidade política elevados, com mais de 70 países realizando eleições importantes, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Japão. Esses processos eleitorais envolvem cerca de 55% do PIB mundial e impactaram diretamente metade da população global, ampliando o grau de incerteza nos mercados.
De acordo com o índice de risco político da Coface, esse indicador atingiu 40,2% em 2025, mantendo-se acima da média pré-Covid-19. Entre 162 países avaliados, 112 exibem riscos políticos e sociais superiores aos de 2020, impulsionados por tendências como populismo, conflitos armados, golpes de Estado e tensões comerciais.
A volatilidade política reflete-se em múltiplos obstáculos à gestão empresarial. Taxas de juros elevadas, como a Selic no Brasil, tornam o acesso a crédito restrito, inibindo investimentos e ampliando o custo de capital.
Mudanças regulatórias frequentes e episódios fiscais, como elevação do IOF, geram imprevisibilidade na carga tributária. Além disso, o excesso de regulamentação desestimula o empreendedorismo, incentiva a informalidade e fragiliza o tecido empresarial.
Para líderes corporativos, o ambiente geopolítico e macroeconômico configura a maior ameaça ao tecido empresarial. Oscilações no consumo, avanços da cibercriminalidade, atrasos logísticos e dificuldades na captação de clientes intensificam o clima de incerteza.
Adicionalmente, a volatilidade política implica imprevisibilidade nas estratégias de investimento, expondo as empresas a flutuações de preços de ativos e desafios na retenção de talentos.
Salários abaixo da média europeia e escassez de mão de obra qualificada agravam os desafios de recrutamento e retenção. Tal cenário compromete a competitividade e a capacidade de inovação das empresas.
Novas dinâmicas de trabalho, como a busca por espaços mais inclusivos e o surgimento de polarizações internas, exigem revisão rápida das políticas de gestão de pessoas. A coesão interna torna-se peça-chave para manter a motivação em meio às turbulências externas.
A orientação econômica agressiva dos Estados Unidos, aliada ao aumento nos gastos com defesa, adiciona riscos extras à estabilidade dos mercados internacionais. Essas decisões internas têm impacto direto nos fluxos de capitais e na volatilidade de ativos nos mercados emergentes.
Espera-se que a baixa confiança dos agentes econômicos e as perturbações nas cadeias de abastecimento intensifiquem a volatilidade financeira, pressionando ainda mais os orçamentos governamentais e reduzindo a margem de manobra fiscal.
Para enfrentar esse cenário, gestores são desafiados a adotar abordagens ágeis e inovadoras. A transformação digital, apesar de custos iniciais e lacunas de capacitação, mostra-se fundamental para a resiliência operacional.
Além disso, parcerias estratégicas e diversificação de mercados ajudam a diluir riscos. Revisar contratos de fornecimento e acordos comerciais, garantindo flexibilidade para ajustes rápidos, também é crucial.
À medida que avançamos em 2025, espera-se que a volatilidade política continue impactando decisões empresariais. Gestores devem manter-se atentos a sinais de mudança de cenário, monitorando indicadores globais e nacionais com frequência.
A capacidade de antecipar riscos e responder com rapidez se tornará diferencial competitivo. Resiliência e inovação contínua serão os pilares para enfrentar incertezas e garantir crescimento sustentável.
Em suma, embora o contexto político global se apresente desafiador, gestores que adotarem práticas ágeis, investirem em tecnologia e fortalecerem suas equipes estarão melhor preparados para transformar adversidades em oportunidades.
Referências